domingo, 4 de maio de 2014

Saindo da inércia: o que se costuma fazer X o que deveria ser feito ao iniciar um programa de exercícios físicos

     Os avanços tecnológicos nas ultimas três décadas trouxeram inúmeros benefícios para a humanidade e alteraram significativamente o modo de vida. Internet, notícias em tempo real, acesso à informação praticamente ilimitado, descobertas médicas, aumento da expectativa de vida. Todos estes fatores alteraram o biorritmo do ser humano desde a infância até a terceira idade (quiçá caiba chamá-la hoje de quarta idade!) e fazem com que se repense nosso cotidiano e nossas prioridades.
    Recentemente a OMS classificou a obesidade como o mal a ser combatido nos dias de hoje, pondo em destaque os principais vetores do problema: alimentação e sedentarismo. Ambos estão intimamente conectados, contudo manterei o tema de hoje no que concerne à minha área que é a falta de movimento no homem contemporâneo. Tendo introduzido o assunto, vamos ao que interessa...
    Os motivos que movem uma pessoa a sair do sedentarismo são vários, se destacando estética, saúde e qualidade de vida. A iniciativa por si só já constitui melhora na condição do indivíduo tendo em vista o fator psicológico vencido ao tornar a necessidade em ação. Entretanto, alguns cuidados devem (deveriam) ser observados ao iniciar um programa de atividades físicas.
    O começo, sendo o primeiro da vida ou após anos de inatividade, pressupõe uma ordem dos acontecimentos. Consulta e avaliações médicas, avaliações específicas, prescrição do programa, reavaliação de metas e do próprio programa progressão pedagógica e fisiológica do aluno. Partindo desta visão macro, pode-se partir para o desmembramento do treino.
    A primeira função e objetivo de qualquer programa de treinamento é evitar futuras lesões e criar a base estrutural e fisiológica que permitirá a evolução do aluno. As primeiras atividades devem ser sempre aquelas que ofereçam o controle do maior número de variáveis possível. Ou seja, aulas coletivas nem pensar. Deveria se iniciar pelo treino de força na sala de musculação e pelo treino aeróbio na sala cardio (esteira, bicicleta e ergômetros em geral). Quase nunca instrui-se o aluno dessa forma por razões mercantis, mas deveria-se. 
    Após a (re)adaptação neural, na qual os componentes articulares são preparados para volumes e intensidades maiores de treinamento, e da preparação básica do sistemas cardiovascular e pulmonar, pode-se passar a abordar os objetivos específicos de cada um. Concilia-se os motivos pessoais citados anteriormente com os princípios do treinamento desportivo para que o desenvolvimento de determinadas habilidades motoras sejam traduzidas em redução do percentual de gordura corporal, hipertrofia, redução do peso corporal, alteração do IMC, melhora na qualidade de vida, etc.
     Realizando o processo gradual de preparação básica o indivíduo garante a continuidade de seu programa e abre um rol de opções de esportes e/ou atividades que ele pode realizar com segurança. Por o fator motivacional e lúdico um pouco de lado é um pequeno preço que se paga para assegurar uma vida saudável, o corpo que se deseja e que o "projeto verão" se torne "projeto verões". Todos os próximos verões até o último.

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