terça-feira, 29 de abril de 2014

Exemplos

    
   Apesar deste espaço ser voltado para toda e qualquer abordagem relacionada a esportes, duas delas se destacam além do próprio tema central. Nas duas primeiras postagens foram pinçados temas sobre esporte e saúde, faltando um assunto relacionado à educação para que o início da caminhada estivesse completo. E para minha sorte (ou azar) o tema veio à tona nas principais mídias. Infelizmente não é um assunto agradável e que nem devia ser pauta ou tema de discussão alguma, mas as recentes e recorrentes manifestações racistas em arenas esportivas tornam a celeuma inevitável.
     Alguém poderia se perguntar, ao ler o parágrafo anterior, o que tem a ver educação com racismo. Tudo! E não apenas racismo, como todas as formas de discriminação. Porque nenhuma criança nasce gostando de um tom de pele e odiando outro, adorando uma divindade e endemonizando outras (ou quem não crê em alguma), se agrupando com outras crianças ricas e se afastando das pobres. Aprende-se a agir de tal forma, alimenta-se o sentimento de repulsa e aversão ao que é diverso. Antes de ser caso de polícia, segregação e discriminação de qualquer origem são problemas educacionais e culturais. E o esporte é uma das ferramentas educativas mais poderosas que a humanidade possui.
    Educação e esporte devem sempre caminhar juntos para que ambos alcancem a meta maior de formar cidadãos. Tanto um quanto outro dependem de exemplos para que a teoria se concretize e nisso são ricos em casos reais. Penso ser o mais famoso e relevante o de Nelson Mandela, líder que manejou tais ferramentas com sabedoria e maestria ímpares.
     A história de Nelson Mandela com o Rugby na África do Sul é bem conhecida, tendo sido narrada inclusive nas telas de cinema através do filme "Invictus". O que se extrai do episódio narrado no filme para o contexto da discussão atual é o sentido de tolerância e abnegação em prol do bem coletivo e da mudança de cultura existente no país pelo exemplo. Mandela como líder e educador sabia que pelo seu exemplo poderia inspirar mudanças que levariam ao rompimento do paradigma que se criara até então. O que se esperava de um líder negro após décadas de perseguição da elite branca é que liderasse a caça aos inimigos. Contudo, ele usou o esporte como elo de sua nação. Lançaram-lhe bananas por 27 anos e, em resposta, ele as comeu todas! Não somos Nelson Mandela, mas podemos comer algumas bananas...

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